"Esperando navio na beira do mar
O que vou receber, o que vão me levar
São coisas daqui, são coisas de lá
Nasceram da terra ou vieram do mar
O que vou receber, o que vão me levar
São coisas daqui, são coisas de lá
Nasceram da terra ou vieram do mar
Diz marinheiro diz, quem é mais feliz
Quem vive do lado daqui ou quem chega de lá
Você que viaja só e não sabe o que eu fiz
Diz marinheiro diz, quem é mais feliz
Quem vive do lado daqui ou quem chega de lá
Você que viaja só e não sabe o que eu fiz
Diz marinheiro diz, quem é mais feliz
E na volta se vê quanto a gente mudou
Você que não crê, não me fale de amor
De tudo não sei, não me cabe julgar
Pela terra eu deixei os caminhos do mar
Você que não crê, não me fale de amor
De tudo não sei, não me cabe julgar
Pela terra eu deixei os caminhos do mar
Diz marinheiro diz, quem é mais feliz
Quem vive do lado daqui ou quem chega de lá
Você que viaja só e não sabe o que eu fiz
Diz marinheiro diz, quem é mais feliz"
Quem vive do lado daqui ou quem chega de lá
Você que viaja só e não sabe o que eu fiz
Diz marinheiro diz, quem é mais feliz"
Esperando Navio" de Dóris Monteiro / Composição: Belizário / Herbo.

mão dos rios
"A SENHORA DA FERTILIDADE, QUANDO SE ENGRAVIDA, SABE-SE QUE ISSO É COISA DE OXUM, IEMANJÁ SE RESPONSABILIZA PELAS CRIANÇAS APÓS O NASCIMENTO"
GUIA DE IEMANJÁ COM UM PONTO DE OXUM, FOTO FEITA APARTIR DE SCANNER COM UM PEQUENO FOCO DE LUZ EM MOVIMENTO DURANTE A LEITURA DO APARELHO.
MAR. 2023 BELÉM



Esperando Navio
Matheus Clima
curadoria – Letícia Viana
Refletido das dualidades da superficialidade e expectativa, vigilância e controle, autenticidade e liberdade. A exposição Esperando o Navio de Matheus Cunha nos lança uma luz implacável e crua da constante presença do eu real e do eu projetado, em que a pressão constante que sentimos ao estarmos expostos no espaço público, especialmente nas redes sociais e ambientes digitais, onde a privacidade é diminuída e a vigilância é constante, nos instiga a ser confrontados com a banalização do privado em favor do público, desafiando a autenticidade de nossa existência.
A música, ‘Esperando o navio’, na interpretação de Dóris Monteiro nos conecta a fotografia digital e questiona a superficialidade nas expectativas da espera da realização de felicidade futura, como o navio que nunca chega. Afinal, quem é mais feliz? quem permanece do lado de cá ou quem chega de lá. Se, ao esperar por esse "navio", não estamos perdendo a oportunidade de ser autênticos no presente.
Diz marinheiro diz, quem é mais feliz
Diz marinheiro diz, quem é mais feliz
Diz marinheiro diz, quem é mais feliz
A alienação e o consumo ininterrupto de imagens, fenômeno das redes sociais, essa reprodução técnica das imagens altera nossa percepção da realidade e da verdade. As fotografias expostas são um testemunho da transformação do eu em um espetáculo, como nas redes sociais, a autenticidade é substituída pela aparência, e o eu torna-se um produto para consumo e vigilância. Até que ponto a era digital molda nossa identidade e limita nossa liberdade e autonomia? Em um ambiente saturado de imagens e dados, como podemos recuperar a essência do eu em meio à superficialidade e ao controle? será que ao esperar por uma felicidade idealizada ou por uma validação externa, estamos sacrificando nossa autenticidade e liberdade? Esperando Navio nos convida a refletir sobre como podemos encontrar uma verdadeira satisfação, não em um futuro incerto, mas no presente, onde podemos ser autênticos e livres








A arte é uma forma de explorar e entender o mundo, e também a mim mesmo. Minhas criações vêm muito das minhas vivências pessoais, passando por temas como psicologia, história e espiritualidade, vejo a arte como um processo de redescoberta, de tirar algo de dentro e colocar para fora.
Gosto de trabalhar com elementos naturais, como luz e sombras, e técnicas que distorcem a realidade. Isso me ajuda a criar composições que convidam as pessoas a verem as coisas de uma maneira diferente, a questionarem o que está diante delas. Eu me inspiro em uma variedade de coisas, desde elementos oníricos e simbólicos até grandes movimentos artísticos, vivências do cotidiano, observando as coisas em volta.
Gosto de trabalhar com elementos naturais, como luz e sombras, e técnicas que distorcem a realidade. Isso me ajuda a criar composições que convidam as pessoas a verem as coisas de uma maneira diferente, a questionarem o que está diante delas. Eu me inspiro em uma variedade de coisas, desde elementos oníricos e simbólicos até grandes movimentos artísticos, vivências do cotidiano, observando as coisas em volta.
Para mim, a exposição de uma obra é o momento em que ela deixa de ser minha e passa a pertencer ao mundo. A arte tem esse poder de transformar, tanto quem cria quanto quem observa. Ela abre novas janelas de entendimento, desafiando a forma como enxergamos o mundo. Quando crio busco provocar, instigar, quero que quem vê se conecte com algo mais profundo dentro de si, desbloqueando memórias e vivências e questionamentos. A arte não sendo apenas o belo, o comercial, o papável, mas sendo essa ferramenta de diálogo, análise e mudanças, tanto pra mim quanto pra quem observa.

FOTOS: ADA CLIMA
É uma reflexão crítica sobre a dualidade entre o eu real e o eu digital. As obras, apresentadas em metacrilato, criam um ambiente onde o espectador não apenas vê a arte, mas também se vê refletido nela. Essa escolha de material serve para destacar a interseção entre a identidade pessoal e a imagem pública, amplificando a sensação de que, nas redes sociais, nos tornamos produtos de nossa própria criação.
Aborda a fragmentação da personalidade em um mundo onde nossas vivências, emoções e até intimidades são constantemente expostas e, muitas vezes, distorcidas. Somos pressionados a compartilhar pedaços de nossas vidas, a vender a nossa história, e a criar uma imagem que nem sempre reflete nossa verdadeira essência. Essa espetacularização da vida nos obriga a sacrificar nossa autenticidade em prol da aceitação e da visibilidade.
A exposição não busca dar respostas, mas sim instigar questionamentos. Até que ponto nossa identidade está sendo moldada pelo olhar do outro? O que perdemos ao nos adaptar à narrativa digital? E, sobretudo, o que é genuíno em nós mesmos?
Aborda a fragmentação da personalidade em um mundo onde nossas vivências, emoções e até intimidades são constantemente expostas e, muitas vezes, distorcidas. Somos pressionados a compartilhar pedaços de nossas vidas, a vender a nossa história, e a criar uma imagem que nem sempre reflete nossa verdadeira essência. Essa espetacularização da vida nos obriga a sacrificar nossa autenticidade em prol da aceitação e da visibilidade.
A exposição não busca dar respostas, mas sim instigar questionamentos. Até que ponto nossa identidade está sendo moldada pelo olhar do outro? O que perdemos ao nos adaptar à narrativa digital? E, sobretudo, o que é genuíno em nós mesmos?

ABERTURA
FOTOS : REINAN
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